Foram recentemente aprovadas as medidas
previstas no plano de revitalização económica da ilha Terceira. Curiosamente as
reações não tardaram. Reclamando planos semelhantes e chamando a atenção para
os perigos desta decisão. Revelando uma atitude condenável face ao problema que
os Açores têm em mãos. A presença norte-americana nas Lajes permitiu a injeção
de verbas no orçamento regional que, naturalmente, não reverteram apenas para uma
ilha. A redução drástica desta presença é um verdadeiro sismo económico e
social. Que corresponde a 500 postos de trabalho diretos, e ao seu triplo em
indiretos. Soam os alarmes na ilha, mas manda a solidariedade que soem nos
Açores. As reações estapafúrdias a que temos assistido minam os princípios
fundacionais da autonomia. Fazem das ilhas não apenas um território disperso,
mas desunido. Fazem perigar o princípio da solidariedade entre açorianos, a
garantia de que quando uma das ilhas estivesse em causa estariam as restantes. Estremece
a autonomia. Primeiro foi o conselho de ilha do Faial a reclamar o seu quinhão,
esquecido que está da recente solidariedade das demais ilhas quando o investimento
para a reconstrução de 1998 disparou. A que rapidamente se somou o conselho de
ilha da Graciosa e os empresários de S. Miguel. Assustados com o facto do
governo de todos os açorianos pôr em prática os princípios autonómicos que a
todos sustentam. E ainda estamos apenas a falar da antecipação de investimentos
regionais, da majoração de apoios, como até já acontece para as ilhas da
coesão, e do estímulo à economia da ilha que permita mitigar os efeitos da
redução. Estas reações são graves, porque oficializam um discurso de guerrilha
entre as ilhas. Anti-autonomista, portanto. Que a pode vir a comprometer. Como
podem reclamar da falta de solidariedade nacional, se entre os açorianos ela
está assustadoramente muito próxima do zero?
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